O clareamento dental é um dos procedimentos estéticos mais procurados por adultos, mas quando o assunto envolve crianças e adolescentes, surgem dúvidas importantes sobre segurança, eficácia e idade apropriada. Embora a estética do sorriso seja uma preocupação crescente entre os mais jovens, o uso de clareadores dentais nessa faixa etária exige atenção especial e supervisão odontológica rigorosa.
Antes de iniciar qualquer tratamento clareador em jovens, é essencial avaliar a maturação dos dentes, o estado geral da saúde bucal e a real necessidade estética do procedimento.
A literatura científica e os conselhos odontológicos orientam que o clareamento dental só deve ser considerado a partir dos 14 a 16 anos, quando os dentes permanentes já erupcionaram completamente e as raízes estão formadas.
Aplicar agentes clareadores antes da completa maturação dentária pode acarretar efeitos indesejáveis, como sensibilidade exagerada, irritação pulpar ou até danos ao esmalte.
A estrutura dos dentes de crianças e pré-adolescentes ainda está em formação. Nessa fase:
O esmalte é mais fino e poroso, facilitando a penetração do agente clareador e aumentando o risco de sensibilidade;
A polpa (nervo do dente) é proporcionalmente maior, o que potencializa os efeitos adversos;
As raízes ainda estão em desenvolvimento, e qualquer agressão química pode comprometer a saúde dentária a longo prazo.
Além disso, em muitos casos, o escurecimento dos dentes em crianças é superficial e pode ser resolvido com limpeza profissional e orientação adequada de higiene bucal, sem necessidade de produtos clareadores.
Apesar das limitações, existem situações em que o clareamento pode ser indicado, desde que com a autorização dos responsáveis e acompanhamento de um dentista. Entre os casos mais comuns estão:
Manchas causadas por fluorose: Excesso de flúor durante a formação do esmalte pode deixar os dentes com manchas brancas ou acastanhadas.
Escurecimento pós-trauma: Dentes que sofreram impacto podem escurecer com o tempo, exigindo avaliação individual para clareamento interno ou externo.
Manchas generalizadas: Decorrentes de fatores genéticos, uso de medicamentos ou dieta rica em corantes.
Em todos esses casos, o tratamento deve ser personalizado, seguro e minimamente invasivo, sempre priorizando a preservação da estrutura dental.
É o método mais recomendado para adolescentes a partir dos 16 anos. Envolve o uso de moldeiras personalizadas fabricadas pelo dentista, com aplicação controlada de gel clareador à base de peróxido de carbamida a 10% ou 16%, que são menos agressivos e liberam o agente clareador de forma gradual.
Aplicação diária conforme a orientação profissional;
Acompanhamento regular para avaliar a resposta do tratamento;
Ajustes no tempo e na frequência, conforme a tolerância e o resultado obtido.
Utilizado em casos mais específicos, como manchas severas ou necessidade de resultado rápido. O procedimento é realizado pelo dentista, com aplicação de clareadores em concentrações mais elevadas (como peróxido de hidrogênio), protegendo os tecidos gengivais com barreiras específicas.
Maior controle do procedimento;
Menor risco de uso incorreto;
Pode ser combinado com sessões caseiras para potencializar o resultado.
Quando o clareamento não é indicado, existem alternativas eficazes que melhoram a estética dental sem agredir a estrutura dos dentes:
Profilaxia (limpeza profissional): Remove pigmentos superficiais causados por alimentos e má escovação.
Polimento dental: Técnica que elimina manchas localizadas e realça o brilho natural dos dentes.
Restaurações estéticas com resina: Corrigem manchas profundas ou alterações de forma e cor.
Educação em higiene bucal: Essencial para prevenir o aparecimento de novas manchas e manter a saúde bucal em dia.
Caso o clareamento seja aprovado pelo dentista e responsável legal, os seguintes cuidados devem ser observados:
Nunca utilize produtos sem prescrição ou comprados sem orientação profissional;
Evite alimentos e bebidas pigmentados durante o período de clareamento (refrigerantes escuros, molhos, café, etc.);
Não ultrapasse o tempo de uso da moldeira, conforme indicado pelo dentista;
Atenção à sensibilidade dentária: caso ocorra, o tratamento deve ser pausado até reavaliação clínica.
A decisão de iniciar um clareamento dental em adolescentes deve sempre ser tomada em conjunto com os pais e o dentista, considerando o desenvolvimento físico e emocional do jovem. Além disso, é importante orientar o adolescente a manter expectativas realistas quanto aos resultados.
O clareamento dental em adolescentes é possível, seguro e eficaz quando realizado na idade adequada, com produtos específicos e acompanhamento profissional. O procedimento deve ser cuidadosamente planejado e individualizado, respeitando a biologia do dente em formação.
Já em crianças, o clareamento não é recomendado e outras alternativas estéticas devem ser consideradas. A saúde e a integridade dos dentes jovens são prioridade, e apenas um cirurgião-dentista pode indicar o melhor caminho para um sorriso mais branco e saudável.